Ela está de portas abertas desde 1732. Passou por um terremoto e se reergueu. Abrigou as discussões políticas de escritores como Alexandre Herculano e Eça de Queirós. Em 2011, foi reconhecida pelo Guinness World Records como a livraria mais antiga do mundo em funcionamento. A livraria Bertrand do Chiado, bairro central de Lisboa, em Portugal, foi a primeira das mais de cinquenta lojas hoje espalhadas pelo país.
Pouco mais de vinte anos após sua fundação, a livraria foi atingida por uma das grandes catástrofes da história de Lisboa: o terremoto de 1755, que foi seguido por um tsunami e uma série de incêndios que destruiu a cidade (em especial a região da Baixa Pombalina, próxima ao Chiado, assim chamada após ser reconstruída pelo Marquês de Pombal) e deixou milhares de mortos. O prédio onde a livraria funcionava só foi reerguido em 1773, quando ela então voltou a operar no mesmo edifício.
Ao longo do século XIX, diversas personalidades do meio literário circularam pelos corredores da livraria Bertrand. Antero de Quental, Alexandre Herculano e Eça de Queirós são alguns dos escritores célebres que se reuniam no local para debater literatura e política. Nos anos 1950, em plena ditadura de Salazar, autores que se opunham ao regime como Aquilino Ribeiro, Fernando Namora, Urbano Tavares Rodrigues e José Cardoso Pires também se encontravam por lá. Alguns deles apadrinharam as salas da livraria: além de Aquilino, Herculano e Eça, José Saramago, Almada Negreiros e Sophia de Mello Breyner têm estantes com obras e placas contando suas histórias.
Outra peça que faz parte da história da livraria é o Almanaque Bertrand, publicado anualmente entre 1899 e 1969. A publicação é um compilado de efemérides, poemas, caricaturas, passatempos, contos, adivinhações, entre outros. O Almanaque Bertrand voltou a circular em 2011, mesmo ano em que a livraria foi considerada a mais antiga do mundo.
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